Seminários


Seminário 1

Título: Matemática ou a Arte de fazer nascer a Inteligência do Fogo

Orador: José Gomes (Departamento de Matemática, FCT-NOVA)

Resumo:  Segundo a mitologia grega, o homem constituiu-se como rival dos deuses quando lhe foi concedido o fogo pelo titã Prometeu. Esta narrativa simbólica constitui uma memória  da descoberta real das técnicas de ignição pelos nossos antepassados pré-históricos, que libertou a produção de fogo do terrível raio de Zeus. 

Desde então, os humanos evoluíram tecnicamente de forma vertiginosa - face aos lentos compassos da evolução biológica. Usando inicialmente as mãos como instrumento de trabalho e criação, inventando depois novos instrumentos que evoluíram em complexidade e poder, a humanidade alcançou, nos meados do século XX, a bomba atómica e a «máquina pensante», a máquina de Turing, vulgo computador.

Hoje, no advento da inteligência artificial, propomos uma reflexão sobre a origem e o papel da matemática, disciplina que transforma a mente num instrumento de leitura do mundo e nos liga a uma realidade independente da vontade humana.
É a narrativa dessa conquista fabulosa que tentaremos fazer de forma necessariamente sucinta, mas sem omitir -esperemos- as etapas fundamentais.


Seminário 2

Título: Fórmulas de Áreas de Triângulos e Polígonos Hiperbólicos.

Orador: Diogo Rodrigues (Ex-Aluno do Departamento de Matemática e antigo bolseiro Novos Talentos Em Matemática pela Fundação Calouste Gulbenkian, FCT-NOVA

Resumo:   Tudo à nossa volta é Geometria: retas, curvas, polígonos, sólidos, … Mas achas que já viste tudo? O que seria se não existissem retas paralelas? Este foi um problema que assombrou os matemáticos durante séculos… Vem explorar as consequências que a eliminação do 5º Postulado de Euclides trouxe para a Geometria, bem como conhecer uma das mais famosas Geometrias Não Euclidianas: A Geometria Hiperbólica. Nesta palestra mostraremos como uma simples alteração pode modificar por completo a nossa perceção sobre o conceito de pontos, retas, polígonos e o modo de calcular as suas áreas.


Seminário 3

Título: A Matemática está em toda a parte também na Música Pop e Rock.

Orador: Jaime Carvalho e Silva (Departamento de Matemática FCT-UC).

Resumo: Tal como proclamou a UNESCO em 2020, a Matemática está em toda a parte! Com efeito, o primeiro Dia Internacional da Matemática, celebrado a 13 de março desse ano, proclamou essa ideia ("Mathematics is Everywhere”). E tem toda a razão, embora muitas relações, talvez por serem inesperadas, não revelem tão facilmente a Matemática.
A música Pop e a música Rock têm mais a ver com a Matemática do que muitos pensam. Muitos grupos musicais vão procurar inspiração em temas matemáticos como os Tool ou os Blue Man Group (estes últimos deram em 2020 uma série de concertos em Portugal de 28 de maio a 7 de junho).
Outros grupos glosam temas matemáticos (a sucessão de Fibonacci, a banda de Moebius, o número PI, o número de Ouro, o infinito, os fractais) nas suas músicas e outros escolhem mesmo nomes matemáticos como "MuteMath", “Moebius Band” ou “InfinitY Minus Zero”. Há um estilo de música conhecido como “Math Rock” onde são usadas relações numéricas mais ou menos complexas para construir a música, com grupos como os Don Cabarello, 65daysofstatic, Upsilon Acrux, 31Knots, Giraffes? Giraffes!, Converge ou The Number Twelve Looks Like You.
Até existe em Inglaterra um festival anual de Rock Matemático intitulado ArcTanGent (@ATGFestival) que em 2023 decorre na cidade de Bristol de 16 a 19 de agosto. Vários grupos portugueses procuram inspiração na Matemática como os GNR (com “Dama ou Tigre”) ou os Santos e Pecadores (com “O último zero do cem”).
Nem sempre a visão expressa é favorável à Matemática pois alguns grupos usam as suas músicas para exprimir a sua frustração com a Matemática, como os White Stripes (com “Black Math”) ou Jimmy Buffet (com “Math Sucks”).

Nesta conferência iremos ver, com música e vídeos, um pouco da actividade de alguns dos cantores e gruposPop e Rock relacionada com a Matemática.


Seminário 4


Título: A Matemática por detrás das eleições.

Orador: Fábio Chalub (Departamento de Matemática FCT-NOVA).

Resumo:   O resultado de uma eleição depende tanto dos eleitores e dos candidatos como também do método utilizado para converter votos em eleitos.

Falaremos rapidamente de alguns processos eleitorais existentes no mundo, com particular ênfase no Método d'Hondt, utilizado em Portugal. Veremos que não há método eleitoral perfeito. Mostraremos como os candidatos e partidos pelo mundo desenham suas estratégias de campanha para maximizar o resultado eleitoral, e com isto nos permitiremos uma pequena introdução à Teoria dos Jogos, uma importante área da matemática que modela o pensamento estratégico.