24 de Março

Luís Cabral

Leonard N. Stern School of Business, New York University

Resumo:

A disciplina académica Economia é uma "criatura" tão estranha como o centauro ou a sereia ou outros seres mitológicos: os economistas usam ferramentas mais comuns nas ciências exactas do que nos estudos sociais; mas atendendo ao objecto de estudo - o relacionamento entre seres humanos - é claro que não estamos perante uma ciência exacta.

A presente palestra divide-se em três partes. Primeiro, uma breve descrição não técnica do papel da Matemática como ferramenta da Economia, desde o mais elementar (aritmética) até ao mais avançado (teoria dos grupos), passando pela álgebra linear, cálculo diferencial, sistemas de equações diferenciais, etc.

A segunda parte corresponde a uma análise crítica do contraste entre metodologia (Matemática e Estatística) e objecto de estudo (o ser humano), bem como a crítica da análise crítica. É a Matemática a causa de crise económica, a solução para a crise económica, ou estamos perante duas coisas não relacionadas?

Finalmente, a terceira parte propõe uma tese: que a estranha "mistura" do matemático e humano que é a Economia levou ao desenvolvimento de capacidades analíticas com aplicações para além do domínio estrito da economia. Exemplos incluem várias versões de "freakonomics" bem como o trabalho do palestrante no campo do desporto profissional.