A Escola de Verão sobre História da Educação Matemática 2024 pretende aprofundar o intercâmbio de ideias, experiências, propostas e resultados de diversos estudos que se tem vindo a processar desde 2011 entre investigadores da América Latina, Portugal e Espanha. O sucesso dos Congressos Ibero-Americanos em História da Educação Matemática (CIHEM), que têm permitido conhecer o estado atual da investigação nestes países, motivou a Comissão Internacional que os tem vindo a organizar em 2024 uma Escola de Verão em Lisboa.
A Escola de Verão pretende criar um espaço que permita o debate aprofundado sobre temáticas, paradigmas e metodologias. Propõe-se uma experiência presencial intensa ao nível doutorado e pós-doutorado onde, mais do que a difusão de resultados de investigações, se procura a apresentação e debate de questões-fronteira que estimulem a produção investigativa.
A Escola organizar-se-á em torno de quatro eixos temáticos:Esta separação entre eixos temáticos constitui apenas uma forma de sistematização do assunto e é artificial, pois os quatro eixos estão naturalmente interligados.
O primeiro eixo, os paradigmas, debruça-se sobre a compreensão das grandes correntes historiográficas atuais — história cultural, micro-história, história oral, … — fazendo ressaltar os pontos fortes e fracos de cada uma e questiona como a natureza específica do conhecimento matemático se ajusta a qualquer uma delas. Inclui igualmente reflexões epistemológicas, quer sobre o trabalho do historiador, quer sobre o conhecimento matemático escolar, apreciando as dimensões sociais e culturais de ambos.
O segundo eixo, as temáticas, refere-se ao que constitui o centro do trabalho investigativo. Que temas têm sido estudados e com que sucesso? Temas como conhecimento profissional, ou livros de texto, ou o estudo de tópicos de matemática escolar, têm merecido considerável atenção nos congressos passados. É possível formular sínteses e avançar questões norteadoras de futuros trabalhos? Quais os temas menos estudados? Porque temas como a circulação do conhecimento ou o estudo das práticas (ou outros) têm estado quase ausentes?
O terceiro eixo, as metodologias, agrega considerações sobre métodos específicos de investigação do passado. Como estudar e criticar as fontes, como livros, cadernos, artigos de jornal, trabalhos de estudantes, planos de aula dos professores, documentação oficial, material didático, etc.? E quais os procedimentos para a constituição e gestão de arquivos e centros de documentação?
Se os três primeiros eixos incidem sobre problemáticas predominantemente internas ao campo, o quarto, a relação com disciplinas e áreas vizinhas, vira-se para fora e explora a interação entre áreas académicas que podem estabelecer pontos de contacto privilegiados com a História da Educação Matemática, nomeadamente, a história da educação, a história da matemática e a educação matemática.